A verdade é que eu não preciso que um dia me recorde alguém que eu continuo amar. Que eu sinto falta e saudades. Às vezes demasiadas saudades, demasiada falta. De qualquer forma, hoje fui surpreendida pela necessidade de escrever algumas palavras sobre o meu pai. Poucas. Porque quando o amor é grande eu não encontro palavras, curiosamente. Uso outros sentidos para expressá-lo. Os gestos, o toque. Mas já não posso abraçar o meu, como sempre abracei. Colocar as minhas mãos entre as dele e dizer-lhe que o amava. Espero que ele tenha compreendido essa linguagem. Sei que compreendeu.
Com o meu pai aprendi a olhar o longe e a distância. No fundo, ele era quase tão sonhador como eu. Também aprendi os valores de liberdade e igualdade. Com ele. E com ele fui para a rua treiná-los. Nos seus silêncios encontrei-me muitas vezes. Nos seus braços fortes protegi-me outras tantas. O seu colo era o meu refúgio, que afastava os ‘monstros’ que me assustavam à noite. Sinto tanta falta deste abrigo (o relógio da fotografia era do meu pai, ofereci-lho num dia do seu aniversário. Há muito tempo. Comecei a usá-lo nos dias em que me sentia mais insegura e frágil, mas depois ele começou a fazer parte de mim).
Olá Julinha! Também não preciso que me lembrem do dia do pai!,este foi o 2 ano que passo sem ele, se no passado ano ainda parecia mentira, este veio carregado de uma saudade que teima em apertar o coração, beijo Maria Iglesias (Sensus)
Outro beijinho para si, João.